sábado, 31 de março de 2012

Reportagem no Jornal Metas.

Aberta a temporada aos talentos do Grupo de Teatro da Casa



31/3/2012 05:44:00

Nova peça teatral já está se apresentando na região

Quem acha que a vida de ator é fácil, está enganado. A maior prova disto é o tempo e esforço que o Grupo de Teatro Da Casa dedicou à montagem da sua mais nova peça: A farsa do advogado Panthelin. Foram 40 dias de ensaios que consumiram de cinco a seis horas diárias.O período de montagem da peça aconteceu durante as férias escolares de verão. Agora, os trabalhos se resumem a 20 horas por semana, entre ensaios projetos e apresentações. “Nós estudamos, lemos, discutimos, interpretamos, procuramos as intenções em cada frase. Fomos construindo diariamente as características, corpos, vozes e a verdade de cada personagem“, conta a atriz Karina Spengler Schramm sobre o processo criativo que deu origem a personificação dos personagens.A peça, montada para acontecer em espaços abertos e para a rua, precisou ser adaptada para a estreia, que aconteceu no auditório da prefeitura no último dia 20. As férias foram de muito trabalho e o grupo está preparado para que o restante do ano mantenha o ritmo intenso. De 11 a 15 de abril, a nova peça do Grupo de Teatro da Casa fará parte da Temporada Blumenauense de Teatro, com apresentações diárias às 20h no pátio da Fundação Cultural de Blumenau. Além disso, por meio de um consórcio com a Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí, o Grupo da Casa se apresentará em várias cidades da região e em algumas escolas de Gaspar. Embora o texto da peça seja muito antigo - um autor desconhecido escreveu em 1460 - sua temática continua atual e vale a pena ser abordada. De acordo com a diretora, Natália Curioletti, a história é baseada em jogos de enganação. É pela comédia que se retrata a humanidade corrompida pelo brilho da riqueza e pelo poder, que parte em busca do lucro de qualquer maneira, sem escrúpulos. É desta forma que o personagem pensa encontrar a felicidade, ou seja, a do lucro individual.


Enganações


O texto, escrito originalmente em francês, narra a história de Panthelin, um advogado falido que faz de tudo para conseguir presentear sua cara metade, Guilhermina, com roupas novas. As enganações são muitas nesta peça de muitas intrigas, que envolve também o comerciante Guilherme Côvado, o pastor Teobaldo e o Juiz da cidade. “Neste trabalho o grupo explora a interpretação farsesca e os tipos cômicos que personificam uma crítica bem humorada aos poderes morais e políticos, estabelecidos na sociedade em diferentes épocas. Nas intrigas os personagens enganam, traem, mentem, invejam sem pudor”, detalha a diretora da peça.O maior diferencial desta peça em relação às outras já apresentadas pelo Grupo de Teatro da Casa é a contratação de uma equipe técnica. Com recursos contemplados ao projeto pelo FIA (Fundo da Infância e Adolescência) foi possível montar uma equipe de profissionais para aumentar a qualidade da produção. Profissionais de arte trabalharam juntamente com direção e artistas do grupo para a produção visual, de cenário, figurinos e também da preparação vocal.

Ao alcance de todos

Casa. Uma palavra tão simples e que pode fazer lembrar uma imagem, um local específico, sentimentos por determinado lugar ou mesmo o cheiro que ele tem. Para um artista, a casa pode ser um palco, um local para aprendizado por meio de oficinas ou até mesmo uma casinha de brinquedos do Lar Maria de Nazaré para ensaiar. Por todos estes lugares, o Grupo de Teatro Da Casa já passou. Falta ainda uma casa definitiva, uma sede em que além de ensaiar, os artistas possam guardar seus figurinos e aparelhos técnicos. “A nossa casa é onde a gente está. A nossa casa é em todo o lugar”, afirma Natália ao citar o cantor Arnaldo Antunes.Em três anos de grupo, sete espetáculos foram apresentados: “O fantástico mistério de Feiurinha”, “Arquelim, o guarda de honra”, “Quem comeu as historinhas?”, “Comédia Café”, “Que história contaremos hoje?”, uma peça de educação ambiental exibida em escolas em parceria com o Samae e agora “A farsa do advogado Panthelin”. O grupo de começou com 18 adolescentes hoje possui apenas seis, sempre com a direção artística de Natália, que é especialista em Encenação Teatral. “Os adolescentes cresceram e fizeram suas escolhas profissionais”, explica.O grupo surgiu da vontade de aprofundar conhecimentos, o que continua a ser prioridade para seus integrantes. O treinamento com oficinas e cursos técnicos, além do investimento em formação superior em Arte demonstra a vontade do grupo em melhorar sempre. A linha seguida pela trupe aborda gênero cômico e o teatro popular. “Sonhamos em fazer um teatro que alcance as mais diferentes camadas da sociedade, pois nosso trabalho com teatro nasceu da necessidade dessa comunicação com a comunidade, todo jovem quer se comunicar, entender e questionar o mundo que o cerca”, destaca a diretora. Ela acrescenta que o teatro do grupo nasce da necessidade de expressão artística e da carência da arte identificada no lugar em que os integrantes vivem. Devido à falta de uma sala de espetáculos adequada, o grupo se apresenta em lugares nem tão convencionais. As ruas, quadras de escolas e pátios se tornam o palco em que a arte teatral vem encantar os espectadores.




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